O Distrito Federal bateu o recorde da série histórica de casos de dengue. A média de casos no DF é 10 vezes maior do que a média dos outros estados. O governo Ibaneis tem sido irresponsável ao permitir o colapso dos equipamentos de saúde, ao demitir centenas de agentes de saúde que poderiam ter trabalhado na prevenção da doença e ao não fazer a distribuição gratuita de repelente para a população como foi feito em outros anos.

Mas se o agravamento da crise de saúde em decorrência da dengue no DF é calamitosa, a tendência é piorar com as mudanças climáticas. Segundo a OMS, a emergência climática tem contribuído para a mudança das estações chuvosas e para o aumento da temporada de reprodução dos mosquitos e consequentemente do alastramento da doença.

Isso reforça o racismo ambiental no DF, que já aponta para desigualdades nas infecções. A população negra representa a maior parte das infecções no DF, com 39.895 casos, enquanto os brancos totalizam 11.361 das infecções. As cidades mais afetadas pela dengue são as que têm maior população negra no DF, como é o caso de Sol Nascente, Pôr do Sol, Ceilândia, Brazlândia, Estrutural e Santa Maria.

É preciso enfrentar as consequências do racismo ambiental lutando por adaptações urbanas em tempos de crise climática. Precisamos de investimento em atenção básica de saúde, repelente para a população e vacinas.

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